Depois que o grupo de transição indicado pelo presidente eleito, Lula (PT), para a área da saúde afirmou que, de acordo com os dados disponíveis até momento, o setor está um “caos geral”, que perdeu milhões em recursos, além da péssima gestão, o governo Jair Bolsonaro (PL) anunciou mais um bloqueio, de R$ 1,65 bilhão, do orçamento do Ministério da Saúde. A medida pode travar a máquina pública no último mês da gestão de Bolsonaro.  

A equipe de transição estima que, apenas para garantir o mínimo funcionamento dos serviços públicos, ou seja, para atender as necessidades emergenciais, são necessários R$ 22,7 bilhões.

Mesmo assim, na última sexta-feira (25), o Ministério da Economia determinou ao ministro da Saúde,  Marcelo Queiroga, que escolha quais áreas serão atingidas com o novo corte, que pode afetar ainda mais a execução de políticas públicas até o fim deste ano.

A ordem da equipe de Paulo Guedes, o comandando da combalida economia, é cortar verba das despesas discricionárias, ou seja, os recursos usados em programas como o Farmácia Popular, para a habilitação de leitos e na compra de medicamentos e insumos.

O governo já havia travado R$ 2,23 bilhões da Saúde. Ou seja, o corte total desse tipo de verba vai a cerca de R$ 3,8 bilhões.

No total, o governo Bolsonaro ordenou o bloqueio de cerca de R$ 15,4 bilhões dos ministérios neste ano para evitar o estouro do teto de gastos. Na semana passada decidiu bloquear R$ 5,7 bilhões do Orçamento de 2022 dos ministérios.

Outra pasta afetada com esse último corte é a da Educação que, segundo entidades ligadas da área vai perder cerca de R$ 1,68 bilhão, sendo que R$ 244 milhões serão cortados de universidades, que, somado aos bloqueios anteriores, inviabiliza o funcionamento das universidades.

O Ministério do Trabalho e Previdência é outra vítima do corte de verbas. A pasta dispunha de R$ 225 milhões, mas ficará com apenas R$ 14 milhões para terminar o ano. O suficiente para pôr em risco o funcionamento de agências de atendimento aos cidadãos. Além disso, operações de fiscalizações trabalhistas e até de combate ao trabalho escravo podem sofrer paralisações.

Fonte: CUT

Foto: TÂNIA REGO/AGÊNCIA BRASIL